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Principais pragas e doenças da soja: cenário geral, principais pragas e técnicas de manejo

A cultura da soja está entre as principais culturas anuais de verão cultivadas em solos brasileiros. No Sul de Minas Gerais, o produto vem ganhando cada vez mais espaço, só entre os anos de 2012 e 2017, a área em produção aumentou mais de cinco vezes, passando da marca de 16,8 mil hectares plantados em toda a região, para 86,8 mil. A abrangência da cultura, entre outros fatores, foi impulsionada pela implementação do sistema de plantio direto, que possibilita maior conservação do solo, produtividade, rentabilidade e competitividade dos sistemas agropecuários. Além disso, a possibilidade de fazer a rotação de culturas para economia de capital, chama a atenção dos produtores, já que o custo por hectare para produção de soja é mais barato em comparação ao custo de outros grãos, como o milho. Contudo, com o aumento da produção e da produtividade, surgem cada vez mais desafios, que necessitam de mais atenção e cuidados por parte dos produtores, especialmente, quando se tratam de pragas e doenças que afetam a cultura. 

Principais pragas que atingem a cultura da soja

As pragas agrícolas são as principais inimigas dos produtores. Em todas as safras, elas diminuem a produtividade e fazem o produtor investir valores consideráveis para realizar o controle das mesmas, com a finalidade de evitar a perda da produtividade na lavoura.

Sendo assim, reconhecer e identificar as pragas que atingem a cultura da soja é de suma importância para auxiliar o produtor na tomada de decisões de forma eficiente, com o intuito de resolver o problema de forma rápida, minimizando as perdas na lavoura. Nesse sentido, quando se trata de pragas e doenças que afetam a soja no Brasil, podemos destacar:

  • Podridão-radicular 

A Podridão-radicular de fitóftora (Phytophthora sojae), é uma doença nociva na soja, que pode causar a morte da cultura, principalmente quando se tratam de plantas jovens ou recém implantadas. A principal característica da doença é a necrose do caule, que se espalha até atingir as folhas. A manifestação do patógeno está relacionada ao excesso de umidade no solo. Nesse caso, é necessário realizar o controle de solo, eliminando as doenças da soja antes do plantio ou realizando o tratamento das sementes.

  • Oídio 

O Oídio (Microsphaera diffusa) é um fungo que ataca as partes altas das plantações, causando clorose e necrose. O patógeno age principalmente nas folhas das plantas, inibindo a fotossíntese e o desenvolvimento das mesmas. O principal sintoma é o surgimento de micélio, uma espécie de mancha esbranquiçada nas folhas, que podem evoluir cobrindo totalmente a superfície. A grande problemática da doença é a fácil proliferação, já que ocorre o espalhamento pelo vento.

  • Ferrugem asiática

A Ferrugem asiática é uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O ataque em lavouras ocorre em todas as regiões do Brasil e é uma das principais infestações que preocupam os produtores de soja. O fungo ataca principalmente as folhas da cultura, inibindo a fotossíntese e causando a desfolha.O ataque desse patógeno é perigoso, pois pode reduzir a produção de sua lavoura em até 70%. Os principais sintomas são aparentes nas folhas, que apresentam pequenos esporos na parte de baixo da folha. O nome dado para essa formação é urédia e ela atua disseminando a doença pelo ar.

  • Mancha olho de rã 

A Mancha olho de rã é uma das principais doenças que atinge as regiões do Brasil. Em ambientes com umidade alta e temperaturas médias entre 15º a 25º o cenário é muito propício para a propagação do fungo Cercospora sojina. A doença afeta principalmente as partes aéreas das plantas, mas ataca também os caules, vagens e sementes da cultura. Causando diminuição na qualidade e na quantidade da produção. Os principais sintomas da doença estão ligados a pequenas lesões castanho-claro na folha, que aumentam de tamanho e quantidade com o tempo. Por conta da fácil propagação por meio dos ventos, é imprescindível estar atento a sua lavoura para enfrentar a doença nos estágios iniciais. 

  • Antracnose 

A Antracnose se desenvolve do fungo Colletotrichum truncatum, originado geralmente de sementes infectadas ou de restos culturais de safras anteriores. A doença é altamente nociva para a planta, pois ela ataca as folhas, caules, vagens e sementes. Os produtores podem confundir essa doença com uma simples seca, já que o fungo age de dentro da planta e se expressa somente em seu ciclo final. Os principais sintomas causados pela doença estão ligados ao surgimento de pequenas manchas marrons ou em tons mais escuros nas hastes da planta. Com o tempo, também se torna evidente a aparição de manchas escuras e ocorre até mesmo a podridão total da vagem. 

  •  Lagarta elasmo/Broca do colo 

A Lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), conhecida também como broca do colo, é um grande problema para os produtores de soja. A praga é capaz de destruir grandes partes da lavoura em um curto período de tempo, causando enormes perdas de produção. Ambientes de solos secos e arenosos propiciam o aparecimento desses insetos, contribuindo para a proliferação. Os principais sintomas de ataques destas pragas estão ligados a formação de grandes galerias nos caules e nas folhas da planta, dificultando a absorção de água e nutrientes pela planta. Ocasionando a murcha e até mesmo a morte das estruturas foliares.

  • Tamanduá-da-soja

O tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus) é uma espécie nativa do Rio Grande do Sul que antigamente não gerava grandes prejuízos às plantações. Contudo, com o passar do tempo, as incidências da praga foram crescendo e atualmente ela é responsável por grande parte dos danos à lavoura de soja em várias regiões do Brasil. Os prejuízos causados pelo inseto são críticos. Os adultos raspam os caules desfiando a epiderme da planta, inibindo a absorção de água e nutrientes, fragilizando a cultura. Essas pragas também atacam as folhas da soja, dificultando a fotossíntese. A infestação desse inseto em uma cultura jovem causa danos irreversíveis à lavoura. 

  • Percevejo-castanho

O Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea) é um dos insetos que mais atacam as lavouras de soja pelo Brasil. A detecção da praga é um grande empecilho para o manejo, tendo em vista que ela se localiza no solo da plantação. Os percevejos adultos se alimentam das raízes e seiva das culturas, causando perda energética e prejudicando a produção. Em casos mais severos a planta pode ficar raquítica, apresentando coloração amarelada. As características mais marcantes do Percevejo-castanho são sua coloração amarronzada e o tamanho pequeno de 5 a 8 mm. Os ovos do inseto são pequenos pontinhos brancos e se localizam normalmente nas raízes das plantações.

  • Corós 

Os Corós (Phyllophaga cuyabana) são pragas de solo bem conhecidas no território brasileiro. Pequenas populações do inseto não causam grandes riscos à lavoura, contudo, grandes populações podem afetar diretamente na produtividade. As larvas do Coró se alimentam das raízes das plantas, dificultando a absorção de água e nutrientes. Já na fase adulta os insetos se alimentam de outras partes da vegetação, como o caule e as folhas. Entre os principais sintomas ligados a infestação desta praga, temos o amarelamento nas plantas, deixando-as murchas e com escassez de nutrientes. Caso o controle não seja efetuado rapidamente a lavoura corre grandes riscos. 

Técnicas de manejo

A cultura da soja, assim como as outras, necessita da realização de um manejo adequado, com o intuito de evitar doenças e pragas. Além disso, vale destacar que o tratamento do solo antes do plantio é essencial para evitar doenças e pragas da soja. Contudo, técnicas para a realização de um manejo adequado são necessárias, tais como, a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas e defensivos agrícolas. Seguem abaixo, algumas etapas essenciais para o manejo da cultura:

  • Identificação dos danos, das pragas do feijão e de seus inimigos naturais: Dessa forma, a tomada de decisão para a realização do combate é facilitada
  • Realização da amostragem de pragas e seus respectivos inimigos naturais: Esse processo precisa ser realizados de forma recorrente, coletando amostras de diversos pontos da plantação;
  • Tomada de decisão: Após a coleta das amostras, deve ser então decidido o melhor momento para aplicação de defensivos;
  • Escolha do inseticida: Considerando o momento da lavoura em que o produto será aplicado, o inseticida deve ser escolhido considerando o nível necessário para o controle da praga. Lembrando, que para a compra e aplicação de produtos químicos em sua lavoura, a prescrição e o acompanhamento por parte de um profissional agrônomo é imprescindível.

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