Introdução
Atualmente o Brasil é o maior exportador de café no mercado mundial e ocupa a segunda posição, entre os países consumidores da bebida. O país responde por um terço da produção mundial de café, o que o coloca como maior produtor do mundo, posto que detém há mais de 150 anos. Os estados que mais produzem são, principalmente, Minas Gerais (33,46 milhões de sacas) e Espírito Santo (13,6 milhões de sacas), seguidos por São Paulo (6,15 milhões de sacas), Bahia (4,13 milhões de sacas), Rondônia (2,43 milhões de sacas) e Paraná (937,6 mil sacas).
Porém, a cultura sofre com o ataque de diversas pragas, fungos, bactérias, nematoides e vírus, responsáveis por causar diversas doenças no cafeeiro. As doenças do café podem reduzir a produção em até 20% e serem limitantes para o cultivo da cultura, sendo a principal delas a Ferrugem do Cafeeiro (Hemileia vastatrix). Portanto, é necessária uma correta diagnose, para que um controle eficiente seja realizado.
Dados publicados mediante a pesquisa do “Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, apontam que as perdas de café no Brasil podem chegar até 50% da produção total de café, com chances de alcançar 90% de prejuízo em casos de grandes epidemias, o que poderá afetar de forma considerável todos os produtores da cultura no país.
Ferrugem do Cafeeiro (Hemileia vastatrix)
Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a ferrugem é considerada a doença do café mais importante do cafeeiro, no Brasil. A ação do fungo se caracteriza pelo aparecimento de pústulas com esporos de coloração amarelo escura a marrom na superfície das folhas, provocando desfolha. Conforme as folhas caem, a planta diminui a taxa fotossintética, perde a capacidade de produzir carboidrato e consequentemente de auxiliar no crescimento do cafeeiro. Os esporos da ferrugem são espalhados pelo vento, dessa forma, germinam e penetram nas folhas de outras plantas. De início, não é possível perceber nenhuma alteração aparente na planta, o que vai ocorrer algum tempo após a infestação, quando o fungo se reproduzir e esporular.
O processo de identificação da Ferrugem do Cafeeiro, é visível e facilmente identificado na lavoura quando esta apresenta os seguintes aspectos em suas plantas:
- Manchas cloróticas possíveis de serem vistas com a folha colocada contra a luz.
- Manchas na face inferior da folha de coloração amarelo-alaranjado.
- Aparecimento de uredósporos sobre a mancha de massa pulverulenta.
- Necrose de partes do tecido foliar.
Aspectos sobre o fungo
O fungo Hemileia vastatrix, pertence ao gênero Hemileia, classe Pucciniomycetes, e ordem Pucciniales (fungos da ferrugem). No Brasil, ela foi encontrada pela primeira vez em Coffea arabica em 1970, na Bahia, e levou menos de dois anos para espalhar pelas principais regiões produtoras de café, se tornando, hoje, a principal doença do cafeeiro.
O gênero Hemileia distingue-se de outros gêneros de ferrugem pela combinação de três características morfológicas que são, o hábito de esporulação por meio de estômatos, o modo de penetração e os esporos pedicelados e reunidos em feixes e uredósporos reniformes, equinados dorsalmente e lisos ventralmente.
A disseminação ocorre pela ação do vento, pelas gotas de chuva, pelo homem e por insetos e outros animais que entrem em contato com plantas infectadas, sendo a água o mais eficiente agente de disseminação a curtas distâncias. Depois de disseminados, os uredósporos que caírem na face inferior das folhas germinarão em um período de 3 a 6 horas, em condições de muita umidade ou água livre e temperatura entre 21 e 25 ºC, na ausência de luz. Após a formação de apressórios, o fungo penetra no hospedeiro por meio dos estômatos, formando hifas que crescem na câmara subestomática, colonizando tecidos como parênquimas, podendo chegar até a epiderme da face adaxial. Aproximadamente três semanas após a infecção, os soros uredospóricos se projetam pelos estômatos em forma de “bouquet”, que aparecem como pústulas de cor laranja, sendo o sinal típico dessa doença.
Métodos de Controle
O manejo integrado da ferrugem do cafeeiro, que inclui métodos como o controle químico, genético e cultural, pode ser adotado para o controle da doença. Entretanto, mesmo em lavouras nas quais o manejo integrado adequado vem sendo empregado, a doença tem ocorrido, exigindo cada vez mais aplicações de fungicidas. O uso de defensivos é bastante efetivo para o controle da doença, no entanto, se realizado de maneira inadequada pode causar danos ao ambiente e o surgimento de patógenos ainda mais resistentes. Abaixo se encontram os defensivos mais eficientes e como se dá a sua atuação sobre o fungo.
Dentre as alternativas encontradas para realizar o controle da Ferrugem do Cafeeiro, a AgroPlan-UFV tem desenvolvido ao longo dos anos, diversos trabalhos referentes a pesquisas e aperfeiçoamento de técnicas, que podem gerar resultados significativos ao controle e manejo do patógeno.
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